quarta-feira, 1 de outubro de 2014 | By: Albicastelhano

Castelo de Castelo Branco Achados fortuitos nas colecções do Museu Francisco Tavares Proença Júnior

Castelo de Castelo Branco
Achados fortuitos nas colecções do
Museu Francisco Tavares Proença Júnior
Carlos Boavida
(Instituto de Arqueologia e Paleociências – FCSH/UNL)


Resumo
Embora tenham ocorrido diversos trabalhos arqueológicos na alcáçova albicastrense,
nomeadamente nas décadas de 1980 e de 2000, naquele local verificaram-se alguns
achados fortuitos ao longo do século XX que permanecem na sua maioria inéditos.
Grande parte destes achados integrava a colecção pessoal de Francisco Tavares
Proença Júnior, que esteve na origem do actual museu com o seu nome, onde hoje se
encontram em depósito.
Este conjunto de materiais recolhidos no castelo e na sua área envolvente inclui
peças de diversas épocas, com destaque para as dos períodos romano e medieval.



Introdução
O Museu de Castelo Branco foi criado em 1910 com as colecções arqueológicas
reunidas por Francisco Tavares Proença Júnior. Dessas colecções faz parte um
conjunto de materiais, provenientes da zona do castelo de Castelo Branco.
A designada zona do castelo inclui não só a fortificação, mas também a sua área
envolvente, assim como algumas ruas da parte alta do casco histórico daquela
cidade. Além das peças da colecção de Francisco Tavares Proença Júnior, o
conjunto artefactual recuperado no castelo incluí uma série de achados fortuitos aí
ocorridos ao longo do século XX, o espólio dos trabalhos arqueológicos
coordenados por João Henriques Ribeiro entre 1979/1984 e também alguns objectos
recolhidos na Rua do Arresário.



Localização e Enquadramento Histórico

O castelo de Castelo Branco foi mandado edificar pelos cavaleiros da Ordem do
Templo em 1215, no alto do Cerro da Cardosa, e aí instalaram a sua sede até à
extinção da ordem em 1314. Deste local domina-se visualmente todo o planalto de
Castelo Branco, onde o cabeço se integra.
Os autores das primeiras monografias históricas sobre a capital da Beira Baixa
consideram que as origens da mesma, seriam de época romana ou até mesmo
anteriores, mas além da tradição popular em torno da origem do topónimo – Castra
Leuca – apresentam poucos dados concretos que atestem essa antiguidade. São
exemplos disso, a existência nas muralhas da cidade de pedras com inscrições ou
relevos, claramente de cronologia romana, que desapareceram após derrocada de
algumas partes dessa estrutura.


Espólio

Da colecção original de Francisco Tavares Proença Júnior fazem parte acima de
tudo objectos metálicos e vítreos, alguns já publicados no âmbito de alguns
trabalhos que abordam determinados conjuntos tipológicos existentes no acervo do
MFTPJ. É o caso de uma fíbula (inv. 10.43) tipo aucissa (Camul. 17B), em bronze,
atribuída aos séculos I-II d.C. por Salete da Ponte.