quinta-feira, 9 de dezembro de 2010 | By: Albicastelhano

A parvalheira do Municipio

"Valorizar a Memória: Intervir no Centro Histórico


Intervenções Estratégicas

Apontada que foi a Visão Estratégica para a colina do castelo da cidade de Castelo Branco importará agora, e dum modo sistemático, analisar de que modo é que entendemos a contextualização dos objectivos estratégicos anteriormente referidos.
O programa que nos atrevemos a propor deve ser lido duma forma integrada com os outros relatórios que suportam este Programa Estratégico - Castelo Branco 2020, e sobretudo entendendo-se que este só poderá ser minimamente concretizado caso se implementem acções concertadas no tempo e sistematicamente assumidas pelos actuais e futuros executivos.
A Colina do Castelo necessitará de ver reforçada a sua componente social sendo para isso fundamental intervir no reforço da sua estrutura demográfica, rejuvenescendo-a, intervir na sua estrutura social e económica, introduzindo por isso novos grupos sociais, com maior capacidade de compra e introduzir novos usos sociais nos espaços urbanos, alterando por isso áreas urbanas, transformando quarteirões, clarificando as acessibilidades e recuperando, reabilitando ou renovando edifícios, logradouros e arruamentos.
Em 1º lugar entendemos ser fundamental montar um discurso de intervenção sistemático para toda esta área, suportada por uma estrutura mínima de divulgação e apoio logístico, sendo por isso necessário possuir um espaço de informação e divulgação para o processo de reabilitação da colina do castelo.
Para isso defendemos uma sede para o Projecto Castelo Branco - 2020, espaço que propomos para o Solar recentemente adquirido pela Câmara Municipal situado na rua dos Cavaleiros em pleno coração da estrutura medieval da cidade.
Este edifício auxiliará a compreender, através do seu pessoal e da informação que estará disponível permanentemente, quais as transformações desejadas e em curso para o todo da cidade e em particular para a Colina do Castelo.
Quanto às Propostas formuladas para esta área urbana referimos as seguintes:
Usos Urbanos- Conforme o especificado em mapa respectivo propõe-se:

Diversificação dos actuais usos sociais e económicos do tecido urbano da colina . 
Propomos assim, junto das antigas portas da muralha de S. Tiago e Porta de S. Tiago, intervenção nos quarteirões e nas residências existentes, um reforço do uso residencial, introduzindo novos habitantes mais jovens e apoiando os residentes mais idosos, sugerindo-se no entanto a sua saída para locais mais baixos em termos de cotas altimétricas. 
Criação de residências universitárias, com transformação de edifícios a adquirir, ao longo dos quarteirões situados sobre a rua do Arressário e tardoz da rua dos Cavaleiros. 
Promoção de alojamento turístico junto ao Castelo, rua do mercado e rua Arco do Bispo, através dos diversos enquadramentos legais; turismo de habitação, alojamento turístico, hospedarias, etc. 
Reforço das funções actuais nos quarteirões situados ao longo da rua de Sta. Maria e rua Vaz Preto e ainda rua dos Ferreiros. 
Reforço da actividade comercial e turística dos quarteirões situados na zona inferior da colina e fora do perímetro das muralhas mas adjacentes a estas. 
Evidentemente que esta nova política de usos urbanos e sociais para a encosta do castelo necessitará de enquadramento ao nível dos equipamentos, das infra estruturas básicas e das acessibilidades, no sentido de tornar operacional e exequível as propostas de alterações de uso anteriormente colocadas.

Neste sentido propomos:
Equipamentos :

Reformulação e adaptação da actual escola primária situada entre a rua Nova e a rua dos Peleteiros para instalação da Associação Académica. 
Demolição da actual Torre da Telecom, para redefinição de todo este espaço urbano, construção de parque de estacionamento subterrâneo e sua interligação com as futuras instalações da Universidade Lusíada. 
Compra de um edifício situado na rua Sta Maria para instalação do Centro de Artes e Ofícios de Castelo Branco. 
Transformação do antigo actual edifício da Junta Autónoma das Estradas para os Serviços Culturais e Arquivo da Câmara Municipal de Castelo Branco. 
Ampliação do actual Edifício da Câmara Municipal no sentido de o adaptar às actuais exigências programáticas e funcionais. 
Recuperação do Solar da Rua dos Cavaleiros para sede da operação Castelo Branco 2020, conforme referido anteriormente.

Estrutura Viária e Circulações:

•Reforço do eixo de circulação viário, Largo Espirito Santos, Rua do Arresário, Porta de S. Tiago, no sentido de garantir um adequado atravessamento superior do aglomerado, e que passará pela redefinição do seu actual piso, estudo da circulação, sinalização, estacionamento e locais de paragem dos minibus e eventualmente acertos de perfil transversal em determinados locais dos arruamentos. 
•Estudo para integração na rede urbana de transportes de carreira(s) de minibus ou ecovias de um trajecto periférico à colina do castelo. 
•Criação de 3 pequenos parques de estacionamento na área da torre da Telecom, traseiras do Museu Tavares Proença e zona tardoz do Arquivo Distrital, todos estes a definir dimensão conforme intervenções de Pormenor nas respectivas áreas. 
•Criação de um grande parque de estacionamento, subterrâneo, na zona da Devesa. 
•Pedonalização de diversos arruamentos urbanos, conforme planta respectiva, sendo para isso necessário redefinir tratamentos dos pisos. 
•Criação de um funicular de dimensão ajustada ao perfil do arruamento , na rua dos Peleteiros, de trajecto entre o Largo da Sé e o Castelo. Será necessário procederem-se a estudos de pormenor e à redefinição de alguns volumes existentes e desajustados formalmente da rua e dos valores patrimoniais pretendidos. Pretender-se-á que este funicular vá até ao Castelo e que "alimente" urbana e turisticamente a encosta do Castelo, diminuindo os custos de acessibilidade física que a sua subida exige, garantindo deste modo uma mais fácil habitabilidade para as zonas mais altas da colina. 
•Reforço cultural dos actuais eixos (ruas) históricos, Sta Maria, Arco do Bispo e rua D. Ega, no sentido de os reforçar ao nível da sua pavimentação, sinaléctica, equipamento urbano e disciplina na circulação do trânsito. 
•Criação de um percurso legível ao longo da muralha, recriando-se as portas antigas desta e adicionando sinaléctica informativa e cultural, para além das obras óbvias de pavimentação e colocação de equipamento urbano. 
•Reforço do itinerário turístico/comercial da Rua da Sé, Praça Rei D. José, Rua Sidónio Pais e Alameda da Liberdade, introduzindo para isso importantes beneficiações ao nível do desenhos das ruas e praças, das pavimentações e adicionando adequado equipamento urbano e sinaléctica. 


Redes de Infra estruturas:


•Renovação integral das infra-estruturas existentes na colina do castelo, estudando-se e propondo-se novas redes de abastecimento de água, rede de esgotos, electricidade pública e doméstica e ainda introduzindo-se as redes de telecomunicações, TV cabo e gás natural. 


Património Edificado e Cultural:


•Preservação, Reabilitação e Manutenção do Património Edificado considerado como de tipologias de grande valor histórico para a cidade e ainda os edifícios notáveis, e que vão referenciadas nas peças desenhadas, de modo a garantir a identidade da cidade de Castelo Branco quer ao nível do seu centro histórico quer do seu eixo moderno - contemporâneo e que assenta sobre a rua da Sé, Praça Rei D. José I, Rua Sidónio Pais e Alameda da Liberdade. 
•Renovação/Reabilitação dos restantes quarteirões visando a sua adaptação aos princípios expressos nas alterações de usos propostas para a globalidade do centro histórico inter-muralhas. Estas intervenções serão adequadamente pensadas de modo a conseguirem-se os objectivos do Plano bem como garantir um adequado modelo de intervenção balizado por conceitos teóricos assentes na investigação e nos respectivos saberes profissionais. 

Das Intervenções Estratégicas acima referidas importará equacionar quais as que consideramos realizáveis e recomendáveis para um horizonte de curto e médio prazo, já que consideramos que não poderá existir longo prazo nas propostas atrás assinaladas.

Intervenções Estratégicas a Curto Prazo
Face ao anteriormente referido salientamos as intervenções que entendemos deverem ser realizadas a curto prazo:

•Construção da Sede Castelo Branco 2020 - (Reabilitação do Solar da rua dos Cavaleiros). 
•Início do Processo de Renovação/Reabilitação do conjunto da Colina do Castelo, respondendo-se ao expresso nas Propostas - Usos urbanos e redes de infra-estruturas. 
•Compra do edifício situado na rua Sta Maria para instalação do Centro de Artes e Ofícios de Castelo Branco. 
•Transformação do actual edifício da JAE para os Serviços Culturais e Arquivo da Câmara Municipal, realizando-se para o efeito um protocolo com o Instituto dos Arquivos Municipais/Torre de Tombo para candidatura ao Programa de •Apoio à Rede de Arquivos Municipais. 
•Reforço do eixo de circulação viário, Largo Espirito Santos, Rua do Arressário, Porta de S. Tiago, intervindo ao nível das pavimentações e sinalização. 
•Reforço cultural dos eixos históricos e percurso da muralha conforme definições programáticas anteriormente referidas. 


Intervenções Estratégicas a Médio Prazo


•Demolição da actual Torre da Telecom e redefinição da área libertada. 
•Estudo para instalação de um funicular de acesso ao Castelo. 
•Reformulação da actual escola primária situada na rua Nova, visando a sua adaptação para Instalações da Academia de Castelo Branco. 
•Ampliação da Câmara Municipal de Castelo Branco visando a sua adaptação às novas exigências funcionais e à desafectação dos espaços do antigo quartel. 
•Criação dos 3 parques de estacionamento definidos no programa. 
Implementação de uma rede de transportes internos apoiado por ecovias ou minibus. 
•Continuação do processo global de reabilitação/renovação da estrutura urbana da colina do Castelo. 

Evidentemente que para a concretização de todos estes objectivos importará acreditar na mudança, de um modo sistemático, incluindo nos Planos e Orçamentos Camarários verbas para a prossecução dos objectivos traçados, encontrar nos Programas Governamentais e Comunitários de Apoio os melhores enquadramentos programáticos e financeiros e sobretudo envolver, na mudança, as forças vivas locais. É sabido que os Processos de reabilitação/renovação dos Centros Históricos são processos demorados, árduos e exigentes quanto à perseverança política e técnica."


E este é o plano que os nossos governantes têm para a Zona Histórica =(