quarta-feira, 17 de junho de 2009 | By: Albicastelhano

OS ELEMENTOS DO CASTELO


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A Porta da Entrada
A entrada da cidadela fazia-se por um grande arco românico, (14), idêntico ao Arco do Bispo, que constituía a abertura principal deste reduto.
Em posição simétrica, havia uma falsa porta, (Tl) que vemos por vezes denominada de porta da traição. Talvez pudesse ter sido a porta da traição, quando o castelo foi construído, mas cremos que, no castelo de Casteio Branco, no século XVI, seria mesmo uma "porta falsa». Duarte D' Armas assim a denominou e desenhou.
O Torreão Românico
O torreão ainda existente (T2) é do tipo mais antigo. As suas grossas paredes têm seteiras frontais e laterais para lançamento de setas a mostrar uma intenção prática de defesa lateral em coordenação com os outros torreões. A posição das seteiras denuncia que a torre tinha dois andares. A sua porta, já destruída pela última e recente reconstrução, era ainda da época original.
Este torreão será, porventura, a peça arquitectónica mais antiga da nossa cidade. Apesar de a sua envolvente ter tido várias reconstruções ela ainda é a torre original como o atestam as seteiras.
A Torre Gótica
A torre que normalmente se designa por "torre gótica» ou por» torre dos templários» não era mais do que a fachada do palácio dos alcaides e comendadores (13).
Na época de Duarte D' Armas era ainda sensivelmente da mesma estatura das restantes, o que não sucede hoje já que é mais larga que o torreão anterior. As sucessivas alterações a que foi sujeita alargaram o seu porte, havendo sinais desse alargamento.
As actuais janelas com lintéis quinhentistas pouco terão a ver com as originais ou mesmo
com a primeira alteração gótica.
Esta torre é hoje um dos ex-libris da cidade.
o Palácio dos Alcaides e Comendadores
As perspectivas do palácio dos alcaides e comendadores em dois dos desenhos de Duarte D' Armas mostram-nos que era um editicio composto por três corpos distintos. O principal tinha um primeiro andar com varanda colunada a que se subia por uma escadaria exterior; o corpo do meio era estreito e de tachada lisa com uma janela no andar superior rasgada para o terreiro. A este adossava­-se o terceiro corpo que corresponde ao torreão com a "janela dos templários". Este último serviria de observação a defesa mas provavelmente estaria também habitado.
Pela foto do palácio, ainda existente no inicio do séc. XX é passivei constatar
que o corpo principal já não tinha então o varandim mas é bem visivel uma série de buracos na fachada onde provavelmente encaixavam as vigas de suporte do mesmo. O corpo do meio e o da direita (o "torreão dos templários") mantinham-
se sem grandes alterações.
Na década de 50 já se consumara a destruição do palácio. O castelo tinha sido então ornamentado com duas grandes antenas e a "torre dos templários" estava já "reconstruida" e tinha o aspecto actual.
A Torre de Menagem
As torres de menagem foram provavelmente introduzidas nos castelos cristãos pelos templários, no tempo de D. Gualdim Pais. A torre de menagem do castelo de Castelo Branco tinha um porte mais altivo do que as outras e era de um volume maior a construir uma quebra da uniformidade dos outros torreões, aparentando ser uma excrecência no conjunto original.
A sua forma hexagonal, extremamente rara nas fortalezas nacionais mas que encontramos também em Penha Garcia e supomos que em mais alguma torre de menagem do pais, construida em terreno plano não condicionante, revela uma intencionalidade.
Diremos também que as torres de menagem pentagonais dos desenhos de Duarte D' Armas são muito poucas e que apenas conhecemos a do Sabugal e mais duas no Alentejo. A forma prismática corresponde a um estádio evolutivo das torres, na medida em que, quanto mais faces a torre tiver, melhor se faz a vigilância do castelo porque diminuem os ângulos mortos. O resto do seu aspecto é marcadamente ligado á tradição romãnica.
A torre de menagem em Castelo Branco era excêntrica em relação á entrada (esta em área voltada para o Tejo) e francamente lançada com preocupações de vigilância para o lado oposto.


Fonte:Castelo Branco uma Cidade Histórica de António Lopes Pires Nunes

1 comentários:

António Veríssimo disse...

Muito bem Albicastelhano...
O caminho está aberto, agora é só continuar.
Um abraço

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